De Gusttavo Lima a Henrique & Juliano: grandes nomes da música ocupam espaços tradicionais do futebol, garantindo receita, público e entretenimento
Com a paralisação temporária do calendário do futebol por conta da Copa do Mundo de Clubes da FIFA, os estádios brasileiros encontraram uma nova forma de seguir engajando o público, desta vez, ao som da música. Grandes shows estão tomando conta dos gramados e arquibancadas, movimentando a economia local, garantindo o engajamento do público e mantendo as receitas em alta mesmo sem a bola rolando.
Um exemplo disso é a Arena Nicnet, casa do Botafogo-SP, em Ribeirão Preto, que no dia 28 de junho receberá o show Embaixador Classic, do cantor sertanejo Gusttavo Lima. O evento promete não só agitar a estrutura do clube, mas também movimentar toda a cidade e seus arredores.
Para Adalberto Baptista, presidente do Conselho de Administração da Botafogo Futebol SA, a realização de eventos desse porte reforça o papel multifuncional dos estádios. “A arena pode ser um polo completo de entretenimento e não apenas nos dias de jogo. Temos um dos estádios mais modernos do interior do país e pensar além do futebol é um diferencial importante para gerar novas receitas e proporcionar experiências marcantes aos nossos torcedores”.
Na capital paulista, o Allianz Parque, arena multiuso mais moderna da América Latina, recebe artistas renomados todos os anos. Grandes cantores internacionais, como Paul McCartney, Coldplay, Taylor Swift, Mariah Carey, Andrea Bocelli, Eric Clapton, Ed Sheeran, Foo Fighters, Elton John, entre outros, já estiveram presentes no local.
Nesta pausa do calendário esportivo nacional por conta da Copa do Mundo de Clubes, o estádio, que é casa do Palmeiras, tem seguido o ritmo de apresentar grandes eventos de entretenimento para o público. Com todos os ingressos já esgotados, nos dias 4, 5 e 6 de julho, a dupla Henrique & Juliano fará três noites de shows no Allianz Parque.
“A parada do futebol é uma oportunidade estratégica. Os shows mantêm o movimento, a empregabilidade e a visibilidade da arena mesmo sem jogos”, explica Léo Rizzo, CEO da Soccer Hospitality, empresa responsável pelo camarote Fanzone, que oferece experiências premiums no Allianz Parque.
A importância dos shows nesse período também é reconhecida por quem atua diretamente no marketing esportivo. Para Fábio Wolff, sócio-diretor da agência Wolff Sports, os benefícios são claros: “Os shows garantem fluxo contínuo nos estádios durante as pausas no futebol, mantêm os patrocinadores engajados, geram novas ativações de marca e fortalecem o vínculo com o público. É uma forma inteligente de manter viva a dinâmica dos espaços”.
Em Belo Horizonte, por exemplo, Gilberto Gil apresentou seu espetáculo final, “Tempo Rei”, no Mineirão, no dia 14 de junho, com celebração da carreira do compositor. Já Alok desembarca na Arena Mercado Livre Pacaembu, em São Paulo, no dia 28 de junho com sua ambiciosa “Áurea Tour - Keep Art Human”, prometendo efeitos visuais produzidos com 600 drones e 4 mil placas de LED.
Anderson Rubinatto, CEO da Goolaço, empresa especializada em eventos esportivos e experiências de hospitalidade para fãs, destaca o potencial transformador dos shows. “Estamos vivendo um momento em que os estádios deixam de ser exclusivamente espaços esportivos para se tornarem verdadeiros centros de entretenimento. A realização de grandes eventos musicais amplia o contato do público com o estádio, gera receita para os clubes e fortalece o ecossistema do esporte por meio da diversificação de experiências”.